2 de dezembro de 2009

Despojos de batalha

A gente anda correndo perigo.
Perdemos o medo que nos mantinha
a uma distância segura, a salvo de nós mesmos
e dos nossos desejos.


Perdemos o pudor, perdemos as ressalvas.
Nossos corpos que já não tem mais paz.
Um doce magnetismo lutando contra o infactível.


Sentes?
Queres?
Deves?
Podes?


Todas as cartas no jogo, não há mais nada na manga.
E as impossibilidades estão todas bem à nossa frente
A gentenão consegue ver, ou não queremos ver...


O que mais queres de mim? Se já expuseste todas as minhas veias?
Todo esse sangue jogado no chão...
Carnificina. Genocídio.
O que não sou de ti?!? O que não tens de mim?


Nosso encontro marcado,
está tudo arranjado
será daqui a dois dias,
será daqui a dois anos,
será no fim da vida
será quando?
Será?
Haverá pra nós um será?
O que haverá?


Perigoso te amar... Perigoso querer.
Quem de nós vai perder?
O que temos a perder?
O que eu farei sem você?
O que faremos desse quase a nos punir?


Quem de nós é o mais forte?
Quanta força há em nós?
Onde está o elo mais fraco?
Pra que precisamos de vencedor,
se no fim somos todos iguais?


Às vezes fica turvo, nossa vida louca vida
manchada com o sangue que temos perdido
marejada das lágrimas que temos chorado
e das dores que temos doído.
E eu não consigo enxergar.
Não consigo te enxergar.


"O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você (...)
O que você não pode, eu não vou te pedir.
O que você não quer, eu não quero insistir.
Diga a verdade, doa a quem doer.
Doe sangue e me dê seu telefone."

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