19 de março de 2011

Para xxx

Meu amor,

hoje faz um ano que nosso casamento acabou
duas chaves, um retrato e essa dor
nada mais restou do amor.

O tempo passa impiedoso
fica a saudade, esse desejo,
na tua foto uma lembrança.
Quando foi o último beijo?

Pudera eu decifrar o exílio da indiferença.



Para terminar o que se jurou eterno
se mata o vivente, ou se vive o tormento?

12 de março de 2011

Não chegue perto demais

"Intimidade é uma palavra de cinco sílabas para aqui-está-o-meu-coração-por-favor-esmague-o-como-um-hamburguer-e-se-delicie"

É um risco que corremos: Quanto mais perto das pessoas chegamos, maior a chance de doer muito. Conhecemos, temos afinidade, entregamos nosso coração [não, isso não é conversa de desilução amorosa, o motivador deste post na verdade é assunto bem diverso deste] e cá-bum, a desgraça está feita. Quanto maior a confiança, maior o tombo. Talvez não porque realmente a crueldade tenha sido grande assim, mas porque esperávamos menos, estávamos mais sensíveis, ou coisa assim.
Um inimigo? Fazendo-me mal? E daí, qual a novidade que pode haver nisso?
Mas um amigo, fazendo qualquer coisa por-mais-inocente-e-indefesa-que-pareça? A pior crueldade do mundo! Maldade pura, traição!Imperdoável. Novo inimigo, e a partir daí não dói mais tanto assim.
Dói porque me importo, sofro por você porque me importo, brigo com você porque me importo. Se não fosse isso, a ignorância seria a resposta mais lógica para tudo. Mas não, eu reajo. E se reajo, está implícito que é porque me envolvo emocionalmente.
O fato é que nos decepcionamos, nos frustramos, achamos que fomos machucados pelo nosso melhor amigo, que isso nunca poderia ser esquecido, e todo-o-melodrama-que-formos-capaz-de-construir.
Mas a culpa não é dele, meu caro. Nem dele, nem da traição, nada disso. Definitivamente não é. A culpa é sua, e da sua sensibilidade @$!@#!$ !!!!!

Para as mulheres, pode ser culpa da TPM também. E quem vai dizer que ela não existe?

O crescimento das meninas

Era uma vez...

Uma menina...

Pela idade eu bem que poderia dizer uma mulher, ou uma moça, ou ainda uma jovem senhora, mas levando em consideração a sensibilidade, o pouco trato com os desníveis da vida, a delicadeza extrema e a pouca experimentação, o termo dado às iniciantes lhe serve bem melhor.

De lágrimas e de dores entende bem pouco. Sofre demasiado por coisas bem pequenas que ainda não pode compreender, acreditando estar vivendo o maior dilema da história da humanidade bem no meio daquela tarde enfadonha e chuvosa.

Sorrisos tem muitos, para todas as ocasiões, sinceros, de fuga, de denúncia e de sarcasmo, embora este último ainda esteja aprendendo a utilizar com sabedoria, a fim de evitar novas intrigas.

Anda em busca de novidades. Que é o que faz toda menina. Sai de casa em busca de aventura. No outro lado do mundo ou no outro lado do muro do vizinho. Mas sai.
Como uma boa menina, cai, se descabela, chora horrores, acredita que a dor não vai passar nunca, que a cicatriz vai ficar horrível, que ninguém vai gostar mais dela quando ver a marca que vai ficar, passa vários dias no espelho acompanhando a cicatrização, esconde com pó e corretivo qualquer resquício de marca, sai meio desconfiada de casa no primeiro dia, no segundo dia esquece que tudo aquilo aconteceu e está pronta pra uma nova aventura na próxima novidade.
E ela foi feliz pra sempre. Embora esse conceito seja muuuuuuuuito relativo.

"Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."

Fernando Pessoa

Hã???

“Não se pergunte por que as pessoas enlouquecem. Se pergunte por que não enlouquecem. Diante do que podemos perder num dia, num instante. Se pergunte que diabos é isso que nos faz manter a razão".

 Faz sentido pra você?

Para mim não, nada faz sentido nenhum. A lógica do tempo é o puro caos para onde tudo converge, afinal. A desordem apocalíptica é o fim destinado de todas as coisas, inclusive desse linha de pensamento completamente sem sentido.

Qualquer semlehança com a realidade não é, de forma alguma, mera coincidência.

4 de março de 2011

Editando

Não, não, não!
Está tudo diferente, nada no mesmo lugar, nem da mesma forma, nem na mesma escrita. Quem somos nós afinal?
Ontem eu era, hoje ainda sou, mas seja lá o que sou hoje, não é nada do que fui, e tenho a sutil, leve impressão, de não será o que serei.

Sempre tive muita ligação com a identificação das coisas. Você olhar uma coisa e dar de cara com o que ela é. talvez por um pouco de presunção, tenho a mania de tentar adivinhar o que são as coisas só de ohar pra elas. Gosto de transparência. Já chamaram isso de pré-julgamento, mas teimo em dizer que não é isso. por algum motivo, não é a exteriorização da coisa observada que me faz ter uma ideia do que ela é. É uma coisa de tato, de feeling mesmo. Eu não gosto de chamar de pré-julgamento. Pra mim é só mais uma neurose.
E como boa neurótica, teimei que cada coisa que me parece ser uma coisa tem que ter o nome certo, oras. Uma coisa que eu saiba chamar antes mesmo de ser apresentada.
Tipo meu nome. Seja lá porque, não acho que eu me pareço em nada com meu nome. Você me chama e eu te resposndo por uma questão social, porque temos que estabelecer um vínculo e coisa e tal, mas eu não me sinto Klécia Melo.
Eu sou muito mais Lívia que Klécia. Mas fui dizer isso a minha mãe e ganhei uma crise de choro incontrolável porque eu não gostava do nome que ela tinha escolhido pra mim. Não é isso, n~]ao é nada disso. Klécia é até bonitinho. Mas não sou eu, de alguma forma.
Como mudar meu nome geraria uma grande guerra civil dentro de território amigo, vou levantar as trincheiras um pouco mais longe daqui então.
Este blog não é mais o mesmo. Os leitores mudaram, os temas mudaram, ele passou por fases romanescas, fases depressivas, fases de abandono, fases caóticas e fases entediantes. Isso aqui transitou pelos quatro cantos do mundo, e foi mudando junto comigo, principalmente no último ano.
Então, resolvi largar o abandono e fiz o login hoje. E quando dei de cara com ele, vi que nada do que tinha aqui fazia mais parte de mim, não por agora, então meu primeiro sentimento foi de desconhecimento. Revirei as postagens antigas e me vi tão diferente, que postar nesse blog do jeito que ele estava seria o mesmo que pegar o seu login, prezado leitor, e jogar palavras na sua página pessoal. Uma invasão de provacidade.
Mudei tudo então. Até o nome. Porque não conheço mais o Entrelinhas.
mas aí a dúvida. Vou postar sobre o que agora?
Definitivamente não faço a menor ideia. Então lá vamos nós, coisa e tal, e etcetera.
Até mais então!