21 de agosto de 2009

When I’m 64

Esse post nasceu de três leituras do dia: a música dos Beatles, um texto de Medina e um dos textos-base que ando lendo para a prova de mestrado.

When I’m 64.

Diante dos fatos que li, não pude deixar de pensar o será de mim aos tais 64...
A vida anda correndo mais ultimamente... Ontem era colo, chupeta e música de ninar... Hoje são apenas vinte e poucos anos, e parece que o tempo não tem tido piedade... E com mais quarenta sobre isso? Parece já uma infinidade de experiências, de vida... Onde as pessoas acumulam tudo isso com o passar dos anos?

Num dia eu aprendi a andar. No outro estava indo pra escola. Mais uns dias e já estou terminando a faculdade.
Ontem mesmo era eu aprendendo bê-a-bá, juntando vogais e consoantes, e mais um pouco já era eu escrevendo a primeira carta de amor, o primeiro trabalho científico, ou postagens de blog que quase ninguém vai mesmo ler...

Diferente de Medina, ainda não comecei a me perguntar se os shows que pretendo ir terão lugar pra sentar... Mas não vou negar que não aguento mais tantas horas assim...
Não me sinto envergonhada por isso, pois sei que não é só comigo... O tempo anda passando para todos. E as coisas andam mudando nesse espaço de tempo. Quartas, quintas, sextas e sétimas dimensões novas se abrem a cada dia.

Não posso deixar de fazer referência aos amigos para sempre que nunca mais vi ver depois do colégio (o que me lembra certa música de Oswaldo Montenegro)... E aos amores eternos de uma estação (o que me lembra certa música de Cássia Eller)... As coisas passam, as coisas mudam...

Isso se encaixa bem no método Paidéia... Para os desavisados ou desinformados - ou para aqueles que não estão estudando para o mestrado de saúde pública - essa teoria defende que as mudanças são inevitáveis, independentemente dos movimentos de resistência que possam surgir. É basicamente uma teoria de transitoriedade. Uma teoria da vida com seu tudo e todos transitórios.
A partir do momento que as pessoas acreditam nisso, o método direciona as pessoas à concepção de que elas são capazes de compreenderem e interferirem na dinâmica dessas mudanças. Não só serem influenciadas pelas mudanças, mas sim reagir aos fatos/sujeitos com quem interagem.
Um mecanismo de co-produção de realidade.
Uma idéia que passei a defender com todas as forças desde hoje a tarde.
A interferência dos sujeitos na co-produção do mundo e de mim mesmo é o que vai definir quem eu serei aos 64. O singular é o resultado da ação do contexto sobre o sujeito, me disse a teoria...
E se sou influenciado pelo contexto, consequentemente o contexto que construo todos os dias influencia os demais sujeitos. Uma co-responsabilidade.
O método Paidéia quer formar sujeitos epistêmicos - pessoas com capacidade de análise de fatos e interferência na realidade. Um filósofo prático.
Não pude negar que me deu vontade de imediatamente me tornar um destes. Assim, aos 64, acho q a vida vai ter a cara que eu imagino que ela deva ter quando eu chegar lá...
E aí não vai importar muito as dores ósseas, a degeneração do tecido muscular ou o quanto a máquina do meu corpo vai estar degradada.
O que vai importar serão as pessoas que estarão ao meu lado - na sua maioria epistáticos também, e a realidade que teremos construído. A paidéia em que viveremos.
Enquanto isso não chega, fico com as idéias dos Beatles...

When I’m sixty-four (Paul McCartney & John Lennon)

When I get older, losing my hair,

Many years from now,

Will you still be sending me a Valentine

Birthday greetings, bottle of wine?

If I’d been out till quarter to three

Would you lock the door?

Will you still need me, will you still feed me,

When I’m sixty-four?

oo oo oo oo oo oo oo oooo

You’ll be older too, (ah ah ah ah ah)

And if you say the word,

I could stay with you.

I could be handy, mending a fuse

When your lights have gone

You can knit a sweater by the fireside

Sunday mornings, go for a ride.

Doing the garden, digging the weeds,

Who could ask for more?

Will you still need me, will you still feed me,

When I’m sixty-four?

Every summer we can rent a cottage

In the Isle of Wight, if it’s not too dear

We shall scrimp and save

Grandchildren on your knee:

Vera, Chuck, and Dave

Send me a postcard, drop me a line,

Stating point of view

Indicate precisely what you mean to say

Yours sincerely, Wasting Away.

Give me your answer, fill in a form

Mine for evermore

Will you still need me, will you still feed me,

When I’m sixty-four?

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