9 de abril de 2011

Insônia

Os dias, mesmo desse jeito lânguido passam depressa, e para tudo que é a mais eterna modorna se arruma um jeito de se contornar. A gente telefona pra um amigo distante, faz uma visita não prevista ou vai ao cinma assistir uma matinê. O problema é quando chegam as noites. As temidas, intermináveis e irremediáveis noites.
As piores coisas podem ser ditas, pensadas e praticadas em noites de ócio. Só quem já passou por madrugadas em claro sabe do que eu estou falando. Não existe nada pior que ficar olhando o primeiro raio de sol varar pela janela para aproveitar e sair correndo para qualquer lugar longe das quatro paredes do quarto.
O quarto que virou um claustro, um cela, a maior das cadeias, encerrando a minha agonia pelo fim da escuridão.
De dor, de medo, de ansiedade, arrependimento e frustração é que as noites de insônia estão cheias. E aí não tem msn, livro, novela reprisada, filme no corujão ou sala de bate-papo que seja menos degradante para assumir a solidão.
E ainda tem o relógio açoitando as horas, cada vez mais devagar. Já desisti de olhá-lo, ele deve estar atrasado, não é possível que o tempo realmente esteja assim, a se arrastar.

E falam que não existe noite que resita pela manhã. Já que vocês dizem, eu não vejo a hora.

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