11 de janeiro de 2010

Quase

Nada incomoda mais que um quase. A completa privação de um não irrita, perturba, desconcerta... A dúvida de um talvez deixa a questão para ser posteriormente resolvida.
Mas o quase... Ah, o quase é uma das piores sensações que se pode carregar.

E como um errante que te escolheu por subterfúgio, como um verme que te elegeu hospedeiro, ele fica assim, morando em você, esnobando você... Mostrando todos os dias que ele está ali, presente, nunca ausente. Porque ele não vai embora por nada desse mundo. Fica por dentro, corroendo você.
Esse quase é capaz de matar pela angústia do que poderia ter sido e não será. Você sabe que não será, e se ilude de quase. Quase embriaga, quase engana, quase entorpece, por vezes até te satisfaz momentaneamente, mas você sabe que o quase não é o que você quer. É quase.

Quase a gente ganha como presente [de grego] por não tentar. Ou por tentar mal. Ou só porque, por algum motivo, o universo não te sorriu naquele dia, naquele mês, naquela vida.

Quase conseguir, quase vencer, quase sonhar, quase ser feliz, quase amar, quase viver.

Estou quase chorando engasgada de quase. E isso quase está me deixando louca.

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