21 de junho de 2009

Virando a página


Tem horas que tudo que precisamos, Vinícius, é virar a página do caderno e começar de novo. Afinal cadernos são para isso mesmo.
Eles já vêm cheios de páginas, pra sempre que a gente errar, virar a folha. Aí temos uma folha novinha, pronta pra ser inaugurada. A folha velha, rasurada, continua ali atrás. Podemos voltar a qualquer momento, pra ver o que erramos. Podemos até rasgá-la, com cuidado, pelo cantinho, tentando deixar o mínimo de marcas.
Mas eu prefiro deixá-las ali atrás, ao alcance da mão. Pra evitar os mesmos erros.
Quando viro as páginas, nem sempre quero esquecer o que deixei na folha do dia anterior. O mais triste, Vinícius, é que às vezes eu finjo que esqueço.

"Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz

Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer de mim, como do deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor."

Acho que sou nova a cada dia. Uma renovação incansável. Novas coisas em velhas páginas. Tenho muitos cadernos para escrever.

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