E hoje me deu vontade...
Aquelas vontades de não tem pra quê.
Que não vem de lugar nenhum e ficam matutando, matutando, e volta e meia aparecem pra não deixar você esquecer nem por cinco minutos que ela está ali, esperando.
Vontade insistente.
Vontade chata.
Tentei conciliar. Eu não tinha tempo, não tinha lugar, não tinha como ser hoje, e no fim de tudo, eu não queria mesmo e pronto!
Desculpas eu tinha todas - reais e inventadas. Mas vontade é um negócio que não sabe fazer concessão.
Fiquei contornando o dia todo, tentando enganar a vontade com qualquer outro passa-tempo, esperando só ela fazer as malas e partir. Eu ia dizer aquele: mas é cedo, volte sempre! com a vontade de quem diz: até que enfim, volte nunca!
Mas nada da vontade ir embora... A dita cuja foi criando raiz, foi chegando como quem não quer nada... e pronto: a vontade ficou. E não veio sozinha, foi organizando uma rebelião mental.
Juntou a coragem, juntou o desejo, juntou tudo que tinha por perto. E esses malcomunados botaram a preguiça, a moleza, a lassidão pra fora de casa. Estava feita a confusão. Fui rendida.
Acabei indo pegar a caneta para assassinar com tinta e papel essa vontade indigesta de escrever.
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