As folhas pelo chão...
O vento levando tudo, soprando para longe, perdendo no espaço... O outono que derruba as folhas que foram verdes, as folhas que deram sombra, as folhas que eram firmes e inabaláveis há tão pouco tempo.
O tempo vai soprando as folhas assim como o tempo vai soprando a vida, levando tudo, sufocando as dores, apagando os males.
O que fica? Quem resiste a força dos tempos, dos ventos, da vida?
Ficam só as lembranças... As coisas escritas, os livros, as palavras gravadas com giz no muro com reboco quebrado do quintal.
Todo o mais é levado pela inconstância do universo. Pela mutabilidade das nossas constâncias.
Muda o rio, muda o mar, muda a estrada, muda o caminho, muda a companhia, muda a vida. Muda a gente.
A gente é quem mais muda. Consequência da absorção das tranformações com as quais vamos nos encontrando.
Mas de todas as mudanças, de todas as evoluções, as mais facilmente apagadas, esquecidas, imemoradas, são as palavras despejadas no quase silêncio de um murmúrio... E ainda aquelas gritadas dos telhados. Palavras ditas, apenas ditas, são levadas pelo tempo como folhas secas de outono.
Apenas pela troca de estações.
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