4 de outubro de 2009

Perder

Não gosto de perder...
Uma coisa na vida a qual ainda não consegui a me adaptar...
E que acontece tanto.
E que me dói tanto.

Não gosto de ver as folhas da minha árvore sendo levadas para longe.

Meu mundo fica mais sozinho.
E eu não sei ser sozinha.

--- Homenagem póstuma a uma quase amiga, que eu nem mesmo conhecia direito, mas que tenho (sim, não no passado) carinho.

Ficou a vontade de ter dito diferente, ter feito diferente. Ter sido mais doce.

Meu primeiro encontro com a morte. Não que não a tivesse visto antes. Tinha visto. Mas de longe. Dessa vez ela passou bem perto. Senti o frio gelado e a sensação do inevitável.
De não ter o que fazer.

Aquela dita que ninguém é insubstituível não cabe aqui. Nunca mais aquele tom de voz, nunca mais aquele jeito de tomar sorvete ou aquele jeito infantil de sorrir por qualquer bobagem.

Somente quando perdemos alguém para a eternidade é que sentimos o quanto podíamos ter feito mais. E fica aquela sensação de ausência misturada com a dor de nunca mais. Nunca mais parece longe demais.
E é aí que dói.

Foi hoje que percebi que, por mais que deixemos as pessoas com palavras doces, ou que digamos todos os dias o quanto as amamos, mesmo que tenha havido uma despedida, sempre ficará a sensação de algo mais.
Queríamos ter feito/dito/sorrido diferente. Queríamos mais um segundo. Mais um dia. Mais uma vida. Quando amamos, e temos a sensação de perder coisas do coração, é aí que choramos. Lágrimas por nunca mais.
As lágrimas dos que ficam são quase sempre vontade de um mais. Qualquer um mais.

Nunca seremos satisfeitos. A falta vai morar sempre dentro de nós.

Por isso resolvi hoje dar mais sorrisos. Ser mais doce.
Ser mais sol.

Quero, ao partir, deixar a necessidade de um algo mais em um tanto de gente.

É só assim que a gente vira eterno.
Morando pra sempre dentro de alguém.

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