13 de junho de 2010

Certos dias

Um dia no ano para que tudo me pode ser dado. Os melhores desejos, os maiores sorrisos, como se tudo e todos hoje se dignassem a gastar alguns minutos do seu dia em me fazer um pouco mais feliz.
E aqui onde tenho e posso tudo, onde tudo que avisto é SIM, apenas um NÃO é suficiente para arrancar dos meus olhos tristes lágrimas e do coração uma triste dor.
Porque é bem verdade que não se pode ter tudo. E posso parecer mal agradecida para muitos de vocês, mas é exatamente essa única falta dentro de um dia de imensidões mais me incomoda.
Me falta, e por me faltar, nem os versos e as rimas consigo fazer fluir. Faz tempo que não me fluem as ondas de poesia, nem me embriago em tardes torpes de boemia.
Me falta, e por me faltar, brisas e flores não costumam mais ter os mesmos tons.
Me falta, e nessa falta me afogo na ausência de não ter.
Porque a falta é como sentir a dor fantasma em um membro que não existe mais.
Dói, mas é uma dor sem localização material, uma dor além das dores curáveis e amenizáveis.
Não é ingratidão. Não é soberba ou falta de graça. É apenas saudade.
E dessa dor se vai morrendo enquanto se vive. Mas não se vive enquanto se morre, ou estou enganada?
Vivo ou morto estou então?

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