Eu jurei que ia te achar, Melani. Jurei que chegaria tarde, quando você já estivesse dormindo, mas chegaria. Ia entrar de mansinho, pra não te assustar, e ia deitar do teu lado, quetinho, e beijar teu corpo, e te acordar com carinho.
A cor da tua pele eu ia adivinhar ali mesmo, no escuro. Não preciso de luz pra te ler, pra te ter. Ler a poesia escrita em você. Que eu escrevi em você. A cor do teu olho parecendo farol na escuridão. Farol azul, farol de oito, nove, dez mares que antes eu nunca vi. O que vi pelo mundo, o mundo que já vi, nada se compara à delícia de estar aqui.
Você acordando devagarinho, com o cabelo desgrenhado, desavisada, linda, surpreendida, surpreendente...
Meu coração,
pé no chão,
que nunca voou,
jamais se apaixonou
hoje está aqui,
rastejando após ti.
Acho que te amo, Melani.
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