7 de novembro de 2009

Sou feita de quê?


“Inteligência é aquilo que fazemos quando não sabemos o que fazer” [John Holt]



Se tenho uma coisa para fazer e não faço,
Se eu tenho uma idéia e não passo adiante,
Um plano mirabolante que não executo,
Um sonho que não corro atrás,
Tudo isso por livre arbítrio, vontade própria, decisão voluntariamente construída...


Isso faz de mim uma irresponsável ou uma criminosa?


Alguém que desiste fácil, desatento, desleixado
ou um alguém se usurpando de si mesmo?

Tirando de si o direito de ser o que é?

Se tenho milhões de facetas, por que mostrar apenas a mais facilmente aceitável?
A mais facilmente elogiável? Reconhecível?

O que faço com as mais escuras, as mais deturpadas, as mais sombrias, as mais deslocadas, nem tão virtuosas?

Varro tudo de mim que não mereceria aplausos para debaixo do tapete felpudo da sala. E torço para ninguém tropeçar nele. Não levantar a poeira de desejos mal acabados.

Minha consciência está me dando gritos por isso. Alguém a mande calar a boca, ou me convença a começar a ensinar certos dragões a nadar.

Nenhum comentário: