E o que vieste cá fazer, medo meu?
Deixa-me dormir, que amanhã acordo cedo... O dia é longo, e sempre haverão novas coisas a me assustar.
Não serás o único, não estaremos mais a sós.
Não será apenas a tua voz a me assombrar.
Então deixa-me dormir... Deixa-me sonhar...
Deixa-me ficar com o pouco de paz que me resta.
Com o tanto de vida que me cabe nesse burburinho.
Deixa-me dormir, medo meu.
A saudade, a frase perdida, um não, a dor...
A janela, a madrugada,
a partida, a chegada.
Amanhã o medo vai ter que cor?
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