29 de setembro de 2011

O que eu sei de mim

Recomeçar não é uma coisa fácil. Novos lugares, novas pessoas, novos amores. Todas as novidades causam em mim uma certa hesitação. Normalmente não me deixo envolver pelo calor da descoberta. Sou minuciosa e detalhista, e sempre vou analisar antes de sentir. Sinto intensamente, por outro lado. É um tanto louco, até para mim mesma.
Sou um tipo de racionalista emocional. Sei exatamente em que tipo de coisa coloco o meu desespero e a minha paixão. E todas elas depois de frias análises de graus de valoração. O tempo me ensinou a não sofrer pelo que não me vale a pena. E a quase enlouquecer pelo que me move. Extremos. Não acho que seja uma opção salutar. Mas desde quando sabemos como escolher sabiamente nosso jeito de viver?
Engraçado aprendermos tão tarde como gastar nosso tempo. Como olhar a vida. Concordo com a ideia de que se nós começássemos ao contrário, com a mentalidade e a velocidade da velhice, talvez gozássemos mais. Não sei ao certo. Outra coisa sobre mim é que gasto tempo demais com teorias.
Não me arrependo de nenhuma das coisas que me fizeram ou fazem sofrer, por outro lado, dependo do seguinte: Não me arrependo de sofrer contanto que tenha sido uma opção consciente de mostrar quem eu sou. Se minha exposição nua e crua me trouxe dor, é um preço a se pagar. O preço que eu escolhi pagar. Não acho que tristeza equivalha a falta de felicidade. Tristeza é apenas ausência momentânea de sorrisos. Mas não sou infeliz, embora tenha lágrimas nos olhos. Sou quase exatamente o que escolhi ser, depois de olhar meu lado bom e meus muitos lados ruins. Sinto muito se não te satisfaz, mas não abro mão de ser eu mesma por nada nem ninguém, nunca mais. É uma promessa feita a mim mesma, e acredite, não pretendo fazer o menor movimento para quebrá-la, pelo menos não por agora. A questão é quem consigo - ou quem consegue - ficar por perto dessa pequeno dispositivo sujeito a explosões ;-)

Ócio

Não espero que ninguém me entenda no fim das contas. E não, antes que comecem as críticas ao meu ego super-inflado, não é uma demonstração do meu egocentrismo. Não espero porque estou numa fase de acreditar que as pessoas não podem se entender, no fim das contas.
As palavras vão além do que se ouve, e bem além do que se fala. Relação envolve interpretações. E aí sinceramente é onde lasca tudo, com licença da palavra. Não estou muito polida hoje, nem muito preocupada com minha imagem de garotinha perfeitinha. Então, acho que a solidão acompanhada é meu prognóstico. Infeliz, talvez. Eu bem queira alguém pra entender "o que eu também não entendo". Tentativas tivemos algumas, das boas. Mas eu sou difícil. Me odeio por isso, mas Deus, como eu sou difícil.
Quero alguém que mantenha minha independência, alguém que respeite meus espaços, minha necessidade de ausência, mas que seja sensível o suficiente pra me fazer sentir a princesinha de algum hipócrita conto de fadas. Como posso juntar as duas coisas? Alguém que me deixe e me proteja na medida certa de todas as coisas? Alguém com uma conversa interessante, inteligente, que me faça rir (e como é difícil me fazer rir - por dentro e por fora). Alguém que entenda e me ajude a escolher entre ter ou não uma família, quando e onde. Onde? Exatamente... Onde? Em que parte do mundo vou fazer minha vida. Como ficar com alguém desse jeito? Alguém que não tenha problemas com meus livros, e que me dê alguns até. Alguém que goste de aniversário, que me dê um presente diferente seis dias depois para o dia dos namorados. Não é relação mercantilista. Pode ser um cartão, mas quero comemorar as duas datas como todo mundo... Acho justo. Alguém que aguente a mulher estonteante e a moleca de bermuda e chinela de dedo. Que não ligue pra minha celulite. Que goste de vinho e beba cerveja. Mas que não ande bêbado por aí. E não fume. E goste de dançar. Ou que se lasque tudo isso. Alguém que faça meu coração parar por alguns segundos, alguém em quem eu pense pra contar minhas coisas. Alguém que me dê um colo mesmo quando minhas crises forem sem sentido. E que seja capaz de me olhar nos olhos e falar que estou errada.
Não é crise de solteira. Passei da fase de chorar por estar sozinha. Também não sou tão hipócrita para mentir que sou feliz e completa e ando por aí pegando todo mundo porque ando muito bem resolvida comigo mesma. Não sou. Mas me viro até bem com minha solidão, obrigada.
Venho odiando a frieza das pessoas, ultimamente. Quero sentir o sentimento dos outros, bons ou ruins. Isso me faz bem. Sentir que existe em você algo tão vivo quanto em mim... As pessoas parecem que tem medo de dizer o que sentem, como se fosse algo degradante ou humilhante dizer que se interessou por alguém. Sociedade mutilante, obrigada por acabar com nossa liberdade de dizer o que se sente.
Venho me sentindo um tanto mais madura também, se é que podemos analisar isso em nós mesmos. E isso sinceramente me assusta ao ponto que com isso me vejo mais independente. De certos sentimentos. Da necessidade de alguém. As desilusões já não machucam como antes. Machucam mas não me deixam na depressão sentimental à qual eu era costumada. Sinto-me mais fria, sinceramente. Não queria ser assim. Não queria ser tão dura pra me apaixonar. Queria saber viver paixões de um dia, de uma estação, sem pensar nos "posteriore". Mas não sei fazer isso. Nunca soube, e agora mais que nunca, não consigo.
Não sei se ainda espero que um dia alguém destrua esse monstro tortuoso no qual me tornei ou simplesmente deixei de crer que isso possa acontecer. Ou só não penso mais nessas coisas.
Por falar nisso... Porque estou pensando nessas coisas? Será que não tenho algum artigo para ler???

2 de setembro de 2011

About me

Eu?
Sujeito ou predicado?


Se sujeito...
Composto, com certeza. nada simples. Derivado. Talvez comum de dois gêneros. Talvez solitário.
Com certeza indeterminado.
Sujeito a intempéries. Sujeito a insinuações. Susceptível, claro. Mas não destrutível. Não inicialmente.

Se predicado...
Um bocado difícil de explicar.
Formador de orações nada conclusivas. Tipo as assindéticas, que nada dizem dizendo tudo. Ou as coordenadas sindéticas adversativas, sempre ao contrário do que seria o caminho mais fácil.
Subordinadas, às vezes, Mas é raro. Por favor tente não se aproveitar disso, de qualquer forma.



Eu fiquei aqui, na beira de mim, a olhar para dentro como a procurar por você. Hoje você não está aqui, não há nada aqui. Tudo no mundo passa tão veloz, e eu aqui, sentada. Me deixo ficar, espero você voltar. Ou a vida me levar. Simples assim. Como se fosse simples ser feliz (e não é?)